Na imposição do lápis, hesito: Escrevo um poema ou pinto os olhos? Frente à maçã: Dou a mordida ou uso o blush? Esse tom bourbon vem da palavra ou do batom? Visto meu tomara-que-caia ou rezo: Tomara-que-fiques. Uso renda e saio toda prosa ou espero que renda a prosa? Expiro, inspiro: Um romance? Dá pra viver os dois ou dou pros dois? Não sei se ando movida pela vaidade ou pelo desejo. Reminiscências ou feminiscências?Poeta ou fêmea onde a carne freme?Arre, estou em falta com os sêmens-deuses.
quarta-feira, 21 de abril de 2010
Apenas um haicai (ou o fim de uma paixão)
Tô ouvindo uma música do U2 que meu irmão ouve incansavelmente, vasculhando os blogs alheios (intercalando entre Dalton e Marla) e me vendo, de acordo com a definição de pessoas comuns com (e sem) coração, apaixonada.
Bem, mas antes que isso soe bonito declaro o meu adeus à minha paixão que nem chegou a ser admitida.
Isso será um bando de palavras não condizentes durante todo o relato. Já anuncio!
Após a minha primeira experiência sobre essa coisa de amor (tô com vontade de dizer seu nome só porque soa como uma vitória), me vi com o passar de cada relação um pouquinho menos crente e cada vez mais desgostosa de tudo isso.
Embora minha última experiência, a que antecedeu ao foco desse relato, tenha sido a mais bonita e mais verdadeira (claro, isso é a definição do que eu senti, uma vez que o sentimento do lado masculino até hoje remeta-se à confusão. Mas já não é uma dúvida que tira meu sono), ela foi o meu "catalisador" (nem sei se é essa a palavra adequada) para tentar agir cada vez mais com a cabeça, hoje percebi que é meio difícil quando a vida exige a prática.
Algumas pessoas passaram, claro, mas nenhuma, até há alguns dias dificultou tanto esse meu lado. Com eles usei o senso lógico talvez simplesmente porque eram lógicos. Então, aprendi há pouco tempo, contradizendo um post do mês anterior, que não eram paixões. Exatamente por conseguir calculá-las.
O cara que eu tô pensando agora, pra falar todo esse monte de bobagens, é um não merecedor. Sei lá se é mesmo, mas agora ele é. Porque eu quero que seja. Ele não se enquadra dentro de várias das caracteríticas que me vi formulando nos últimos meses, mas desperta o mesmo sentimento que despertaria os que as possuem. E isso faz com que eu me sinta incapaz de objetivar o que eu quero pra mim. E esse é o maior motivo pelo qual quero fugir.
Talvez a culpa da falta de reciprocidade (era isso que você estava se perguntando? não é mutuo, esclareço) não seja dele, mas pequenas mentiras são evitadas com o senso lógico, então a culpa também é dele. E isso me faz abrir mão de tê-lo por perto; não verdades sempre definem quem eu não quero pra mim. E isso inclui meus amigos.
"E o amor que cabia num soneto,
só durou um haicai."
(...)
Cansei do assunto.
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Putz!!! li e achei maravilhoso esse desabafo!!!! me fez até bem... parece que desabafei juntoo...
ResponderExcluirbjo Tu