Na imposição do lápis, hesito: Escrevo um poema ou pinto os olhos? Frente à maçã: Dou a mordida ou uso o blush? Esse tom bourbon vem da palavra ou do batom? Visto meu tomara-que-caia ou rezo: Tomara-que-fiques. Uso renda e saio toda prosa ou espero que renda a prosa? Expiro, inspiro: Um romance? Dá pra viver os dois ou dou pros dois? Não sei se ando movida pela vaidade ou pelo desejo. Reminiscências ou feminiscências?Poeta ou fêmea onde a carne freme?Arre, estou em falta com os sêmens-deuses.
sábado, 30 de outubro de 2010
Das transparências necessárias...
Ao invés de ser conivente com os próprios defeitos e criar a imagem perfeita, porém "irreal". Seja leal aos seus princípios e conquiste pessoas com seu retrato original.
(Fernanda Gaona)
"...o que dá trabalho mesmo é viver sempre do mesmo jeitinho. Pois eu quero mais dessa maluquice que me ajuda a reinventar maneiras de estar aqui. Porque para se estar aqui com um pouco que seja de conforto na alma há que se ter riso. Há que se ter fé. Há que se ter a poesia dos afetos. Há que se ter um olhar viçoso. E muita criatividade."
(Ana Jácomo)
sexta-feira, 29 de outubro de 2010
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O que o amor tirou de mim?
O que me interessa no amor, não é apenas o que ele me dá, mas principalmente, o que ele tira de mim: a carência, a ilusão de autossuficiência, a solidão maciça, a boemia exacerbada para suprir vazios. Ele me tira essa disponibilidade eterna para qualquer um, para qualquer coisa, a qualquer hora. Ele apazigua o meu peito com uma lista breve de prós e contras. Mas me dá escolhas. Eu me percebo transformada pelo que o amor tirou de mim por precisar de espaço amplo e bem cuidado para se instalar. O amor tira de mim a armadura, pois não consigo controlar a vulnerabilidade que vem com ele; tira também a intransigência. O amor me ensina a negociar os prazos, a superar etapas, a confiar nos fatos. O amor tira de mim a vontade de desistir com facilidade, de ir embora antes de sentir vontade, de abandonar sem saber por quê. E é por isso que o amor me assombra tanto quanto delicia. Porque não posso virar as costas pra uma mania quando ela vem de uma pessoa inteira. Porque eu não posso fingir que quero estar sozinha quando o meu ser transborda companhia. O amor me tira coisas que eu não gosto, coisas que eu talvez gostasse, mas me dá em dobro o que nunca tive: um namoramento por ele mesmo. O amor me tira aquilo que não serve mais e que me compunha antes. O amor tirou de mim tudo que era falta.
(Marla de Queiroz)
*Esse texto da Marla me identifiquei muito, é a cara do que estou vivendo!
quarta-feira, 27 de outubro de 2010
ah, Cecília!
Eu quero que todos os dias você me convença que contos de fadas não existem, só pra eu ter certeza que você é de verdade. Quero que esse sentimento meio novo, meio tonto e meio infantil dure por muito tempo, mesmo que repetido, sóbrio e adulto. Porque os dias e os meses sempre passam, mas eu quero continuar acreditando que dividir o sofá, o último pedaço do bolo e o travesseiro sejam a eternidade num piscar de olhos.
(Marina Melz)
Mas a história não acaba assim, agora. Como todo capim brabo que aprende a nascer e crescer nos lugares mais hostis, ele aprende também a ficar mais verde com a ajuda do sol. E luz não há de faltar. Não pra nós. Porque acredito com toda força que as pessoas que ainda têm coração, tem destino traçado. E dos melhores. Com direito a fruta madura e mel. Pra terminar, te deixo a ordem. A Ordem de enfileirar todos os sentimentos e pensamentos indisciplinados. E digo mais: Do pó, tu podes ter vindo, mas pro pó não voltarás. Porque não deixo. Então vem, que hoje, perto da meia-noite, ao contrário dos contos de fadas, onde as princesas voltam a ser mulheres comuns, nós temos vôo marcado, em direção às estrelas, onde lhes roubaremos o brilho e os colocaremos dentro de frascos azuis, pra manter nossas chamas acesas, bem dentro, bem forte ... vem, que eu te espero.
Pipa.
segunda-feira, 25 de outubro de 2010
Pack up
".. Arrumar o seu drama e seu velho saco grande
E levá-los a ver o mar
Eu não me importo que as pessoas podem dizer
O que as pessoas podem dizer sobre mim
Arrumar o seu drama e seu velho saco grande
Não se preocupe com o rodízio
Eu não me importo com o que dizem os sussurros
Porque eles cochicham alto demais para mim .. " ♪
sábado, 23 de outubro de 2010
tô farta, tô forte, tô viva
“Pelo o que me diz respeito
Eu sou feita de dúvidas
O que é torto, o que é direito
Diante da vida
O que é tido como certo, duvido
E não minto pra mim
Vou montada no meu medo
E mesmo que eu caia
Sou cobaia de mim mesma
No amor e na raiva
Vira e mexe me complico
Reciclo, tô farta, tô forte, tô viva
E só morro no fim
E pra quem anda nos trilhos cuidado com o trem
Eu por mim já descarrilho
E não atendo a ninguém
Só me rendo pelo brilho de quem vai fundo
E mergulha com tudo
Pra dentro de si”
Martha Medeiros
sexta-feira, 22 de outubro de 2010
Happy!
Tem muita gente que se distrai e é feliz pra sempre, sem conhecer as delícias de ser feliz por uns meses, depois infeliz por uns dias, felicíssimo por uns instantes, em outros instantes achar que ficou maluco, então ser feliz de novo em fevereiro e março, e em abril questionar tudo o que se fez, aí em agosto ser feliz porque a ousadia deu certo, e infeliz porque durou pouco, e assim sentir-se realmente vivo porque cada dia passa a ser um único dia, e não mais um dia
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quinta-feira, 21 de outubro de 2010
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quinta-feira, 7 de outubro de 2010
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quarta-feira, 6 de outubro de 2010
Das coisas que se perdem
Sei o que é perder um amor quando ainda se precisa dele. Já estiquei todas as pontas dos dedos para trazê-lo de volta, não alcancei mais. Minhas aspirações davam a entender que a parte dos dias que me caberia viver não passariam de histórias que talvez nunca chegassem a se completar, nem mesmo no papel. Não tenho a oferecer nada além de um coração cortado, costurado e sem uma moldura traçada para sustentá-lo no ateliê de minhas esperanças. E não há nada que me faça deixar de sentir, mesmo tendo entregue cada folha ao barulho das tesouras. É com tristeza que vejo esvoaçar cada página de um sentimento meu. Elas pousam serenas num pisoteado chão de festa, que, apesar de ter amanhecido, não encontrou seu final. Enquanto escrevo, fico olhando nossas fotografias tentando imaginar se ainda se lembra de nós. Toco o seu rosto com as mãos e o baú se fecha, guardando-nos num momento que não é mais o nosso. Fomos deixados sobre um tempo em que tudo enferruja, a começar pelos sonhos e a terminar pelo coração. Apenas minha caneta nos memoriza. Recordarei, algum dia, o amor que vivemos. Talvez com outra caneta, que não a dessa história que já não nos pertence. Quero me lembrar de quem eu teria sido se tivesse ficado com você. E vou rabiscá-lo neste papel até que a tinta seque e nossas cores não se misturem mais.
Pipa.
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"...manter seus sonhos vivos fará com que os desejos tornem-se realidade
Manter seus sonhos vivos vai trazer o melhor ainda em você
Tudo que você precisa encontrar é a sua chance de começar
Se a verdade sobre a vida é ajustável
Você pode moldá-la do jeito que você quer que o mundo veja
Basta torná-lo "acreditável"
Tudo o que você quer pode ser possível
Você deve ter todas as mudanças que você quer que seu mundo seja..."
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