Na imposição do lápis, hesito: Escrevo um poema ou pinto os olhos? Frente à maçã: Dou a mordida ou uso o blush? Esse tom bourbon vem da palavra ou do batom? Visto meu tomara-que-caia ou rezo: Tomara-que-fiques. Uso renda e saio toda prosa ou espero que renda a prosa? Expiro, inspiro: Um romance? Dá pra viver os dois ou dou pros dois? Não sei se ando movida pela vaidade ou pelo desejo. Reminiscências ou feminiscências?Poeta ou fêmea onde a carne freme?Arre, estou em falta com os sêmens-deuses.
segunda-feira, 8 de novembro de 2010
"A vida das gentes neste mundo, Senhor Sabugo, é isso. Um rosário de piscadas. Cada pisco é um dia.
Pisca e mama.
Pisca e brinca.
Pisca e ama.
Pisca e cria filhos.
Pisca e geme reumatismos.
Por fim, pisca pela última vez e morre.
- E depois que morre? - perguntou o Visconde.
- Depois que morre vira hipótese. É ou não é?"
(Monteiro Lobato, Memórias de Emília)
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