segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Pipa falando um pouco sobre meu sentimento.

Se fosse possível deixar para trás aquela história, ainda assim eu não teria feito. Abri os olhos e os perdi nas lágrimas prateadas que caiam por trás das vidraças. Fui em sua direção apenas o suficiente para poder secá-las. Uma agulha trêmula de luz mergulhou na escuridão espalhando refexos irisados sob o infinito, explodindo-o num eco irônico que me fez pensar num arroto sonântico. Em outras palavras, era um relâmpago. Eu teria corrido para me proteger da tempestade que se aproximava, mas quanto mais forte ela caía, mais poderoso era o meu desejo de vê-la se atirar em meus braços. Imolei-me na selvageria daquele aguaceiro, certa de que lavando o corpo, eu libertaria a alma. Deixei que aquela chuva desabasse com todo o seu peso sob a minha cabeça, para levar com ela toda a sujeira que estava impregnada nas margens de minha anatomia. Fiz a passagem de acesso à claridade e comemorei minha volta ao mundo dos vivos apreciando, sentindo e arrancando todas as couraças que cobriam meu espírito. Pela primeira vez em toda minha miséravel existência, minhas preces foram ouvidas, e num ato de caridade com o próximo, Deus abandonou seu egoísmo chamando Cristo à ordem, e fez com que ele me entregasse pessoalmente o paraíso que havia me prometido. O que tem fome de olhar estava de volta, e, receando terminar seus dias como um beato entediado, túmido de paixão, ou compaixão, o que naquele momento já me bastava, decidiu abrir a porta. Naquela noite, fiz as pazes com o altíssimo e descobri que não havia futuro naquelas blasfêmias de autoflagelação com a providência divina, e ambos sabíamos disso. Suspeitei que ele quisesse me reconciliar com mundo, e, que a cópia de mim que andava pelo inferno não era fiel à original. A vida é feita de sonhos, Senhores, e quando estiverem prontos para transformar os seus em realidade, já sabem a quem procurar. Ainda era noite quando aquele anjo vestido de preto desceu do altar. Muito embora a escuridão tornasse mais difícil caminhar, eu já havia atingido o limite das trevas. O amor não é uma estação temporal, é uma emoção atemporal neste nosso tempo infinito de amar. No meu caso, uma história que comecei a escrever há muitos anos atrás e que espero nunca poder terminar.

Pipa. A que recuperou a fé. Em que? Em tudo!

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

"Talvez o melhor presente que podemos oferecer às pessoas seja contribuir, de algum jeito, para que façam contato com aquilo que elas têm de melhor. Com os próprios recursos. Os próprios dons. As próprias dádivas. Às vezes, só momentaneamente esquecidos. Às vezes, completamente ignorados. Entre eles, não tenho dúvida, está a graça da alegria e a maravilhosa possibilidade de compartilhá-la. Entre eles, está esse charme inegável e bem cheiroso da alma que é o bom humor.

Dizem que o riso é a música predileta de Deus, intuo que é verdade. Tanto que, em "Almas Perfumadas", escrevi que no instante em que rimos Deus está dançando conosco de rostinho colado. Sou dessa gente que mesmo quando está triste não consegue perder a oportunidade da graça e do alimento do riso da vez, sobretudo quando compartilhado. Anos frequentando esta escola, eu descobri que a tristeza, inevitável, legítima, necessária até em alguns momentos, é coisa de ocasião. Contentamento, não.
Contentamento, quer saibamos ou não acessá-lo, quer possamos ou não acessá-lo, é coisa de essência. Somos seres feitos também dessa alegria perene e amorosa que independe de. Somos seres feitos para ela. Acho que o amadurecimento espiritual tem muito a ver com a perspectiva de crescimento da percepção e do contato com essa graça. Não deve ser coincidência o fato de que tudo o que é belo na natureza, de uma maneira ou de outra, com um desenho ou com outro, com um tom ou com outro, costuma rir."


(Ana Jácomo)

Mais uma forma de falar de amor...




Sobre a profissão e o amor

"Estou honrado de estar aqui, na formatura de uma das melhores universidades do mundo. Eu nunca me formei na universidade. Que a verdade seja seja dita, isso é o mais perto que eu já cheguei de uma cerimônia de formatura. Hoje, eu gostaria de contar a vocês três histórias da minha vida. E é isso. Nada demais. Apenas três histórias.


A primeira história é sobre ligar os pontos

Eu abandonei o Reed College depois de seis meses, mas fiquei enrolando por mais dezoito meses antes de realmente abandonar a escola. E por que eu a abandonei?
Tudo começou antes de eu nascer. Minha mãe biológica era uma jovem universitária solteira que decidiu me dar para a adoção. Ela queria muito que eu fosse adotado por pessoas com curso superior. Tudo estava armado para que eu fosse adotado no nascimento por um advogado e sua esposa. Mas, quando eu apareci, eles decidiram que queriam mesmo uma menina. Então meus pais, que estavam em uma lista de espera, receberam uma ligação no meio da noite com uma pergunta: "Apareceu um garoto. Vocês o querem?" Eles disseram: "É claro." Minha mãe biológica descobriu mais tarde que a minha mãe nunca tinha se formado na faculdade e que o meu pai nunca tinha completado o ensino médio. Ela se recusou a assinar os papéis da adoção. Ela só aceitou meses mais tarde quando os meus pais prometeram que algum dia eu iria para a faculdade.
E, 17 anos mais tarde, eu fui para a faculdade. Mas, inocentemente escolhi uma faculdade que era quase tão cara quanto Stanford. E todas as economias dos meus pais, que eram da classe trabalhadora, estavam sendo usados para pagar as mensalidades. Depois de 6 meses, eu não podia ver valor naquilo. Eu não tinha idéia do que queria fazer na minha vida e menos idéia ainda de como a universidade poderia me ajudar naquela escolha. E lá estava eu gastando todo o dinheiro que meus pais tinham juntado durante toda a vida. E então decidi largar e acreditar que tudo ficaria OK. Foi muito assustador naquela época, mas olhando para trás foi uma das melhores decisões que já fiz. No minuto em que larguei, eu pude parar de assistir às matérias obrigatórias que não me interessavam e comecei a frequentar aquelas que pareciam interessantes.
Não foi tudo assim romântico. Eu não tinha um quarto no dormitório e por isso eu dormia no chão do quarto de amigos. Eu recolhia garrafas de Coca-Cola para ganhar 5 centavos, com os quais eu comprava comida. Eu andava 11 quilômetros pela cidade todo domingo à noite para ter uma boa refeição no templo hare-krishna. Eu amava aquilo. Muito do que descobri naquele época, guiado pela minha curiosidade e intuição, mostrou-se mais tarde ser de uma importância sem preço.
Vou dar um exemplo: o Reed College oferecia naquela época a melhor formação de caligrafia do país. Em todo o campus, cada poster e cada etiqueta de gaveta eram escritas com uma bela letra de mão. Como eu tinha largado o curso e não precisava frequentar as aulas normais, decidi assistir as aulas de caligrafia. Aprendi sobre fontes com serifa e sem serifa, sobre variar a quantidade de espaço entre diferentes combinações de letras, sobre o que torna uma tipografia boa. Aquilo era bonito, histórico e artisticamente sutil de uma maneira que a ciência não pode entender. E eu achei aquilo tudo fascinante.
Nada daquilo tinha qualquer aplicação prática para a minha vida. Mas 10 anos mais tarde, quando estávamos criando o primeiro computador Macintosh, tudo voltou. E nós colocamos tudo aquilo no Mac. Foi o primeiro computador com tipografia bonita. Se eu nunca tivesse deixado aquele curso na faculdade, o Mac nunca teria tido as fontes múltiplas ou proporcionalmente espaçadas. E considerando que o Windows simplesmente copiou o Mac, é bem provável que nenhum computador as tivesse. Se eu nunca tivesse largado o curso, nunca teria frequentado essas aulas de caligrafia e os computadores poderiam não ter a maravilhosa caligrafia que eles têm. É claro que era impossível conectar esses fatos olhando para a frente quando eu estava na faculdade. Mas aquilo ficou muito, muito claro olhando para trás 10 anos depois.
De novo, você não consegue conectar os fatos olhando para frente. Você só os conecta quando olha para trás. Então tem que acreditar que, de alguma forma, eles vão se conectar no futuro. Você tem que acreditar em alguma coisa - sua garra, destino, vida, karma ou o que quer que seja. Essa maneira de encarar a vida nunca me decepcionou e tem feito toda a diferença para mim.



Minha segunda história é sobre amor e perda.


Eu tive sorte porque descobri bem cedo o que queria fazer na minha vida. Woz e eu começamos a Apple na garagem dos meus pais quando eu tinha 20 anos. Trabalhamos duro e, em 10 anos, a Apple se transformou em uma empresa de 2 bilhões de dólares e mais de 4 mil empregados. Um ano antes, tínhamos acabado de lançar nossa maior criação - o Macintosh - e eu tinha 30 anos. E aí fui demitido. Como é possível ser demitido da empresa que você criou? Bem, quando a Apple cresceu, contratamos alguém para dirigir a companhia. No primeiro ano, tudo deu certo, mas com o tempo nossas visões de futuro começaram a divergir. Quando isso aconteceu, o conselho de diretores ficou do lado dele. O que tinha sido o foco de toda a minha vida adulta tinha ido embora e isso foi devastador. Fiquei sem saber o que fazer por alguns meses. Senti que tinha decepcionado a geração anterior de empreendedores. Que tinha deixado cair o bastão no momento em que ele estava sendo passado para mim. Eu encontrei David Peckard e Bob Noyce e tentei me desculpar por ter estragado tudo daquela maneira. Foi um fracasso público e eu até mesmo pensei em deixar o Vale [do Silício]. Mas, lentamente, eu comecei a me dar conta de que eu ainda amava o que fazia. Foi quando decidi começar de novo.
Não enxerguei isso na época, mas ser demitido da Apple foi a melhor coisa que podia ter acontecido para mim. O peso de ser bem sucedido foi substituído pela leveza de ser de novo um iniciante, com menos certezas sobre tudo. Isso me deu liberdade para começar um dos períodos mais criativos da minha vida. Durante os cinco anos seguintes, criei uma companhia chamada NeXT, outra companhia chamada Pixar e me apaixonei por uma mulher maravilhosa que se tornou minha esposa. Pixar fez o primeiro filme animado por computador, Toy Story, e é o estúdio de animação mais bem sucedido do mundo. Em uma inacreditável guinada de eventos, a Apple comprou a NeXT, eu voltei para a empresa e a tecnologia que desenvolvemos nela está no coração do atual renascimento da Apple. E Lorene e eu temos uma família maravilhosa.
Tenho certeza de que nada disso teria acontecido se eu não tivesse sido demitido da Apple. Foi um remédio horrível, mas eu entendo que o paciente precisava. Às vezes, a vida bate com um tijolo na sua cabeça. Não perca a fé. Estou convencido de que a única coisa que me permitiu seguir adiante foi o meu amor pelo que fazia. Você tem que descobrir o que você ama. Isso é verdadeiro tanto para o seu trabalho quanto para com as pessoas que você ama. Seu trabalho vai preencher uma parte grande da sua vida, e a única maneira de ficar realmente satisfeito é fazer o que você acredita ser um ótimo trabalho. E a única maneira de fazer um excelente trabalho é amar o que você faz. Se você ainda não encontrou o que é, continue procurando. Não sossegue. Assim como todos os assuntos do coração, você saberá quando encontrar. E, como em qualquer grande relacionamento, só fica melhor e melhor à medida que os anos passam. Então continue procurando até você achar. Não sossegue.

Minha terceira história é sobre morte.



Quando eu tinha 17 anos, li uma frase que era algo assim: "Se você viver cada dia como se fosse o último, um dia ele realmente será o último". Aquilo me impressionou, e desde então, nos últimos 33 anos, eu olho para mim mesmo no espelho toda manhã e pergunto: "Se hoje fosse o meu último dia, eu gostaria de fazer o que farei hoje?" E se a resposta é "não" por muitos dias seguidos, sei que preciso mudar alguma coisa.
Lembrar que estarei morto em breve é a ferramenta mais importante que já encontrei para me ajudar a tomar grandes decisões. Porque quase tudo - expectativas externas, orgulho, medo de passar vergonha ou falhar - caem diante da morte, deixando apenas o que é apenas importante. Não há razão para não seguir o seu coração. Lembrar que você vai morrer é a melhor maneira que eu conheço para evitar a armadilha de pensar que você tem algo a perder. Você já está nu. Não há razão para não seguir seu coração.
Há um ano, eu fui diagnosticado com câncer. Era 7h30 da manhã e eu tinha uma imagem que mostrava claramente um tumor no pâncreas. Eu nem sabia o que era um pâncreas. Os médicos me disseram que aquilo era certamente um tipo de câncer incurável, e que eu não deveria esperar viver mais de 3 a 6 semanas. Meu médico me aconselhou a ir para casa e arrumar minhas coisas - que é o código dos médicos para "preparar para morrer". Significa tentar dizer às suas crianças em alguns meses tudo aquilo que você pensou ter os próximos 10 anos para dizer. Significa dizer seu adeus. Eu vivi com aquele diagnóstico o dia inteiro. Depois, à tarde, eu fiz uma biópsia, em que eles enfiaram um endoscópio pela minha garganta abaixo, através do meu estômago e pelos intestinos. Colocaram uma agulha no meu pâncreas e tiraram algumas células do tumor. Eu estava sedado, mas minha mulher, que estava lá, contou que quando os médicos viram as células em um microscópio, começaram a chorar. Era uma forma muito rara de câncer pancreático que podia ser curada com cirurgia. Eu operei e estou bem. Isso foi o mais perto que eu estive de encarar a morte e eu espero que seja o mais perto que vou ficar pelas próximas décadas. Tendo passado por isso, posso agora dizer a vocês, com um pouco mais de certeza do que quando a morte era um conceito apenas abstrato: ninguém quer morrer. Até mesmo as pessoas que querem ir para o céu não querem morrer para chegar lá. Ainda assim, a morte é o destino que todos nós compartilhamos. Ninguém nunca conseguiu escapar. E assim é como deve ser, porque a morte é muito provavelmente a principal invenção da vida. É o agente de mudança da vida. Ela limpa o velho para abrir caminho para o novo. Nesse momento, o novo é você. Mas algum dia, não muito distante, você gradualmente se tornará um velho e será varrido. Desculpa ser tão dramático, mas isso é a verdade.
O seu tempo é limitado, então não o gaste vivendo a vida de um outro alguém. Não fique preso pelos dogmas, que é viver com os resultados da vida de outras pessoas. Não deixe que o barulho da opinião dos outros cale a sua própria voz interior. E o mais importante: tenha coragem de seguir o seu próprio coração e a sua intuição. Eles de alguma maneira já sabem o que você realmente quer se tornar. Todo o resto é secundário. Quando eu era pequeno, uma das bíblias da minha geração era o Whole Earth Catalog. Foi criado por um sujeito chamado Stewart Brand em Menlo Park, não muito longe daqui. Ele o trouxe à vida com seu toque poético. Isso foi no final dos anos 60, antes dos computadores e dos programas de paginação. Então tudo era feito com máquinas de escrever, tesouras e câmeras Polaroid. Era como o Google em forma de livro, 35 anos antes do Google aparecer. Era idealista e cheio de boas ferramentas e noções. Stewart e sua equipe publicaram várias edições de The Whole Earth Catalog e, quando ele já tinha cumprido sua missão, eles lançaram uma edição final. Isso foi em meados de 70 e eu tinha a idade de vocês. Na contracapa havia uma fotografia de uma estrada de interior ensolarada, daquele tipo onde você poderia se achar pedindo carona se fosse aventureiro. Abaixo, estavam as palavras: "Continue com fome, continue bobo". Foi a mensagem de despedida deles. Continue com fome. Continue bobo. E eu sempre desejei isso para mim mesmo. E agora, quando vocês se formam e começam de novo, eu desejo isso para vocês. Continuem com fome. Continuem bobos.


Obrigado."

(Steve Jobs)

[É noite clara, repleta de lucidez. Amanheci pintando de amar-elo essas paredes. Desabrocham em vermelho, rosas. Girassóis. Porque ainda ontem escutei e hoje se faz eco: "solidão é campo vasto que não se deve atravessar sozinho". Hoje eu só quero caminhar contigo.]

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Se Narciso se encontra com Narciso

e um deles finge
que ao outro admira

(para sentir-se admirado),
o outro
pela mesma razão finge também
e ambos acreditam na mentira.


Para Narciso
o olhar do outro, a voz
do outro, o corpo
é sempre o espelho
em que ele a própria imagem mira.
E se o outro é
como ele
outro Narciso,
é espelho contra espelho:
o olhar que mira
reflete o que o admira
num jogo multiplicado em que a mentira
de Narciso a Narciso
inventa o paraíso.
E se amam mentindo
no fingimento que é necessidade
e assim
mais verdadeiro que a verdade.

(Ferreira Gullar)
Porque amor gosta é de sorrir e de fazer surpresa. Gosta de tempo, de paciência e de carinho. Gosta de massagem, de cafuné, de deitar no colo, de passear de mãos dadas, de olhar em silêncio, de agarrar bem forte e dormir de conchinha. De passar perfume, maquiagem, camisola, de ficar confortável estendido no sofá com jeito de lagartixa.



Porque amor gosta é de sonhos conjuntos, de planos, viagens, mesmo que eles não dêem certo. De flores roubadas, mordidas consentidas e velas coloridas. De conhecer e ir dançar com os amigos. De cartas compartilhadas, de choros compartilhados. De mapas de guardanapo, lembranças da infância e bússolas de papelão. De lápis de cor e giz de cera. E de romance, de conquista, de entrega, sedução, verdade. De sinceridade. De ser e se fazer importante, pra sempre primeiro, segundo, inesquecível, com jeito de quintal, sala, quarto, varanda e jardim. Saliva, suor, cabelo, mãos, cobertor, proteção, vontade, expressão e compreensão. Descanso.


Porque amor gosta é de corpo, de alma e de espírito. De doação. De perdão. De ser intenso, violento, calmo e mais que terno. Eterno. Tudo ao mesmo tempo. Porque amor tem sabor de doce de goiabada com queijo. De chá de laranja e mel, com carinho, cuidado e edredon, aquele que cuida da gripe. De sábado em casa, com meias, frio e chocolate. De vinho tinto e pizza light se um dos dois estiver de dieta. E de volúpia. De gosto, desejo, tesão e paixão.

Porque amor é essa coisa que leva a gente pra frente, em sensação, realidade, carinho, sonho ou esperança. Essa coisa que nos acalenta e que nos traz pra mais perto de Deus. Todo dia. Porque amor gosta mesmo é de alegria, mesmo quando ele dói em si mesmo. E poesia.


(Elenita)

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(...)Pela primeira vez na vida comecei a aceitar que não poderia mudar o que as pessoas não eram e jamais seriam. Se o fizesse, comprovaria que apesar do que aconteceu, fui capaz de refazer minha vida e, sobretudo, de perdoá-lo. Hoje sei que não foi por mal, mas por medo, que você partiu, e, que se pudesse voltar àquele instante, jamais teria me deixado sozinha. Acho que hoje podemos nos olhar como você gostaria. Abri minhas janelas para deixar que se evaporasse com o vento. Entre o canto e outro de um pássaro, dava para vê-lo entre o centeio se movendo. É bonita a maneira como suas mãos roçam no trigo. Centuplicam-no. O tombo foi feio, mas não está mais doendo. Esquecer é, de fato, um talento que se aprende com o tempo.


(Pipa)

domingo, 14 de novembro de 2010

"O que o amanhã não sabe, o ontem não soube, nada que não seja HOJE jamais houve."


“Extinto por lei todo remorso. Maldito seja quem olhar pra trás, lá pra trás não há nada e nada mais.”




“Tem horas que é caco de vidro
 Meses que é feito um grito
 Tem horas que eu nem duvido
 Tem dias que eu acredito.”

(Paulo Leminski)

"Não pense que o mundo acaba
Ali onde a vista alcança
Quem não ouve a melodia
Acha maluco quem dança
Se você já me explicou
Agora muda de assunto
Hoje eu sei que mudar dói
Mas não mudar dói muito..."


(Oswaldo Montenegro)

"Desde que descobrira – mas descobrira realmente com um tom espantado – que ia morrer um dia, então não teve mais medo da vida, e, por causa da morte, tinha direitos: arriscava tudo."

"Assim como a água reflete o rosto, o coração reflete quem somos nós."
(Provérbios 27:19)

ah, Guimarães Rosa!

sábado, 13 de novembro de 2010


"Não vás. E não fui. Ainda que todo o dia, toda a vida, tivesse esperado aquele instante, único entre todos os instantes, ainda que tivesse imaginado o mundo ao pormenor depois da fronteira pequena daquele instante, não fui. "


José Luis Peixoto - In.: Nenhum Olhar

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Ainda me lembro daquele entardecer ensangüentado em que as nuvens olharam para o sol com o intuito de sacrificá-lo. As portas do céu se fecharam com a austeridade de um santo sepulcro. Naquele dia a morte saiu do anonimato e encontrou um jeito de me deixar sozinha no mundo. Às vezes, tinha a impressão de escutar o tilintar daquelas chaves, como se o simples vapor de minha respiração as alertassem. Miragem. Saí de lá e segui pelas ruas, na certeza de que mergulharia num silêncio absurdo, e que envelheceria como essa cidade entre as sombras dos pedestres, até desaparecer para sempre entre os cabarés e bares, tragada por algum espírito boêmio e fumegante que me arrastasse com ele para um umbral de perspectivas inimagináveis, se houvesse mais, segurando cada um de um lado. Atravessei o que tinha sido um deserto, no afã de resgatá-lo. Não encontrei nada além de esqueletos de sonhos incendiados, fartos de tanta autocomiseração e conflitos desnecessários. Hoje esvazio meu coração e deixo para sempre o amor que tanto havia celebrado. Já ensaiei tantas despedidas em cima deste palco. Nada saiu como eu havia planejado. Quando acreditei que havia desistido, fui obrigada a voltar atrás e confessar que tinha recomeçado.

Pipa.

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"Ahhh Tu! Como você é amável... Quisera eu ter nascido assim tão meiga!

Sem problemas quanto a me apresentar o Calvin na segunda-feira, digo, trazer-me o livro na próxima semana rs.

Então quer dizer que a senhorita vai prestar vestibular para Direito? Que bacana Tu!

Pois é, (para ambas afirmações - aqui em SAP todos sabem de tudo e eu desistir da faculdade).

Até hoje não sei dizer com convicção quais razões me levaram a tomar essa decisão. Talvez eu mesma tenha inventado isso (não se baseie nesses meus argumentos baratos rs). Mas eu descobri que o que eu sinto pelo "Direito" é atração. Metaforicamente: Sabe aquele aquele colega de trabalho que te atrai só com o olhar, com quem você lida quase diariamente e sabe que ele é realmente apaixonante. Ora você cai nos braços dele e o devora, mas não o quer para passar o resto da sua vida, porque você não sente amor, é só atração. Logicamente nunca tive um colega de trabalho nessas circunstâncias, afinal há 5 anos eu trabalho com 11 mulheres, mas eu imagino que seja assim.

A faculdade, em si, é muito bacana. Mas não é fácil não e precisa dispensar um bom tempo para o estudo em casa. Mas se você tiver habilidade em seduzir (no bom sentido, é claro) os professores e colegas inteligentes, além de ser ninja numa "cola" você tem tudo pra se dar bem rs.

Eu cursei apenas 1 semestre e aprendi muita coisa. Mas estudar por 5 anos uma faculdade que consome uma cota signficativa do meu ordenado e depois me preparar mais um ano para o exame da Ordem e ainda correr o risco de não passar e ter que estudar mais, não cabe no perspectiva de futuro de uma pessoa que tem pressa de resultados e não consegue fazer planos para daqui há 7 anos.



Sim, eu sou Matogrossense e olha! Só de falar meu coração já bateu forte! Eu adoro SAP, adoro o estado SP, mas a sensação que tenho a cada vez que visito meu Estado é o cheirinho de casa, cheirinho de comida de mamãe e quintal da casa da vovó rs.

Sou apaixonada pelo meu Pantanal e pela comida típica matrogrossense.

Eis aqui uma Matrogrossense de natureza e Pinhalense de coração. Nascida e criada no mimo da mamãe até os 15 anos quando decidiu conhecer a cor que tem o mundo e nessa descoberta constatou que é incolor, transparente! Isso para que possa ser visto de todas as cores, basta por um placa colorida atrás e muda-se a ótica. Mas não descobriu isso tão rapidamente, ficou por muito tempo deixando que as pessoas fossem sempre o sujeito de suas ações. Nasceu com amor pela escrita e pelas palavras, friso, A-M-O-R. Sonhava ser jornalista. Recusou uma bolsa integral do curso de gastronomia no SENAC para cursar uma faculdade de tecnologia em Processos Gerencias. Depois de se formar conheceu a mais fatal dos males: A preguiça.

Começou o curso de Direito e desistiu. Começou a pensar no Curso de Letras e desistiu antes mesmo de começar. Talvez porque não estivesse disposta a enfrentar uma mudança tão radical na sua vida. Atualmente não sabe o que fazer. Ama a família, ama os amigos, trabalha no que gosta e sempre foi determinada a conseguir tudo o que quis. É bem humorada e amada na mesma proporção em que ama.

Pois é, eu levei a sério seu pedido de biografia SEM resumos! rs.

Vou parar porque senão quando nos encontrarmos pessoalmente não teremos mais assunto, porque tudo já foi dito aqui, virtualmente.

Também adoro trocar recados com você. Às vezes (não se assuste por favor), eu queria que você não existisse, só pra eu poder ficar te inventando. Uma amiga inteligente como eu (ah sim, faltou dizer sobre minha modéstia na biografia hehe) e doce como eu gostaria de ser. Parece que estou trocando recados comigo mesma.

Você é incrível. Não estou exagerando.

No msn combinaremos nosso papo "real".

Beijo Grande."


(Brisa)



Hoje ao acordar me deparei com esse recado delicioso da Brisa, como postar em blogs nunca teve regras e atualmente posto "coisas" que me agradam na internet, nos livros, nas revistas; encontrei na internet e (ainda melhor!) para mim, algo que me fez tão bem, que merecia ser registrado.
Talvez quem lê não etenda o porquê da sensação (e talvez entenda, pelos elogios soarem tão sinceros), mas nesse recado eu senti que estamos construindo uma amizade que eu procuro há anos.
Não vou postar imagem porque guardarei esse espacinho para quando tivermos uma foto juntas.
Não pedi permissão à autora pela postagem, mas, Brisa, não resisti! rs


"E mais uma vez eu me vi agradecendo por algo que Deus ainda estava me preparando."

sexta-feira, 12 de novembro de 2010


"Quando você vier haverá o encontro
da sua busca com a minha espera.
E o seu abraço será a moldura do meu corpo.
E a minha boca o pretexto
para o seu mais demorado beijo.
E a gente vai brincar de se desmaterializar
dentro da música, de desatar auroras.

E eu vou inventar uma madrugada eterna
pra quando você tiver que ir embora no dia seguinte.
E você vai inventar um domingo que vai durar pra
sempre porque tenho preguiça das segundas-feiras.

E a gente vai rir dessa maldade da demora do tempo
pra fazer essa brincadeira de desencontro:
Quase nos deixou descrentes...
A gente vai rir dessa maldade porque o nosso amor
será a coisa mais bonitinha do mundo..."


(Marla de Queiroz)

*Dedicado aos que estão à espera.

"(...) eu tive que ficar quieta no meu canto, toda lacerada pela falta. Foi um período solitário em que vivi o luto necessário. Ele nem desconfiou que eu também estava triste, talvez se sentisse melhor se soubesse. Mas eu tinha que fazer valer minha palavra, demorei muito tempo tomando coragem. Demorei muito tempo desparafusando aquela gaiola e, depois, reaprendendo a voar.

Tive ímpetos de escrever uma carta falando das qualidades dele, de tudo que havia me feito crescer. Mas quando fui escrever só consegui dizer: desculpe, não se pode negociar com a paixão. Porque eu também não entendo às vezes esses caminhos que a vida tece. E nós que morávamos um no outro, ficamos sem casa. Perdoe a falta de abrigo, é que agora eu moro no caminho."




(Marla de Queiroz)

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A mulher de Libra
Não tem muita fibra
Mas vibra.

Quer ver uma libriana contente?
Dê-lhe um presente.

Quando o marido a trai
A mulher de Libra
balança mas não cai.

Se você a paparica
Ela fica.

Com librium ou sem librium
Salve, venusiana
Que guarda o equilíbrio
Na corda mais fina.



(Vinicius de Moraes)

Quando chegar aos 30
serei uma mulher de verdade
nem Amélia nem ninguém
um belo futuro pela frente
e um pouco mais de calma talvez

e quando chegar aos 50
serei livre, linda e forte
terei gente boa ao lado
saberei um pouco mais do amor
e da vida quem sabe

e quando chegar aos 90
já sem força, sem futuro, sem idade,
vou fazer uma festa de prazer
convidar todos que amei
registrar tudo que sei
e morrer de saudade.


(Martha Medeiros)

Agir, eis a inteligência verdadeira.
Serei o que quiser. Mas tenho que querer o que for.
O êxito está em ter êxito e não em ter condições de êxito.
Condições de palácio tem qualquer terra larga,
mas onde estará o palácio se não o fizerem ali?



(Fernando Pessoa)

Foi muito de repente, mais do que poetizou Vinícius.
Na estrada quase morta de todo dia tive saudade dos sonhos.
Dos sonhos óbvios. Dos sonhos possíveis.
Lembrei que julguei ter laços resistentes aos lenços.
Lembrei que já tive força para mudar o mundo. E não mudei.
Lembrei de tantas vezes que falei quando deveria calar.
E de outras que julgando ser prudente emudeci com a presunção de um sábio.
Lembrei de todas as desculpas que inventei pra não ligar, pra não escrever. E de tantas outras que criei pra não dizer que amava, que amei. Lembrei de tantos perdões que neguei.
Lembrei das razões que criei pra não ir e das outras que acreditei pra ficar.
Lembrei do tempo em que o tempo não passava.
E foi lembrando que vi chegar o fim de mais um dia com apenas um punhado de sonhos adormecidos. Tudo ficou crônico demais.





(Adriel Gennaro)

Às vezes é preciso recolher-se. O coração não quer obedecer, mas alguma vez aquieta; a ansiedade tem pés ligeiros, mas alguma vez resolve sentar-se à beira dessas águas. Ficamos sem falar, sem pensar, sem agir. É um começo de sabedoria, e dói. Dói controlar o pensamento, dói abafar o sentimento, além de ser doloroso parece pobre, triste e sem sentido. (...) Não queremos escutar essa lição da vida, amadurecer parece algo sombrio, definitivo e assustador.


(Lya Luft)

Compreendi, então, que a vida não é uma sonata que, para realizar a sua beleza, tem de ser tocada até o fim. Dei-me conta, ao contrário, de que a vida é um álbum de mini-sonatas. Cada momento de beleza vivido e amado, por efêmero que seja, é uma experiência completa que está destinada à eternidade. Um único momento de beleza e amor justifica a vida inteira.

(Rubem Alves)

A vida deve ser composta de momentos verdadeiros
Que quando lembrados provocam suspiros.
Feita de dias que fazem tudo valer a pena
Mesmo que aconteça exatamente o oposto ao que foi planejado.
A rotina só cria outra cara,
Só veste outra roupa,
Quando nossos olhos vão em busca de alimento pra alma
Ao invés de esperar que alguém mate nossa fome.
É nessa hora que a gente alcança o que ninguém pode ver!




(Fernanda Gaona)

quinta-feira, 11 de novembro de 2010


Tenho sentido que inúmeras vezes nasci e renasci. É como se todos os dias alguém que até ontem era estranho pra mim, hoje fizesse todo sentido e tomasse o meu lugar. A vida é um quebra cabeça, mas nem todas as peças se encaixam no momento em que surgem, por isso, algumas nos são entregues pelas mãos do tempo. Preencher nossos espaços vazios não é o suficiente, cada lacuna ocupada em nós deve fazer sentido. É bom ser refeito e entender essas mudanças. Nossa largueza é infinita e somos moldados diariamente por nossas tristezas, alegrias, frustrações e delicadezas. Somos de barro e são nossas vivências que nos dão a forma exata.

(Fernanda Gaona)

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

terça-feira, 9 de novembro de 2010


"Algumas pessoas se destacam para nós (...) Não importa quando as encontramos no nosso caminho. Parece que estão na nossa vida desde sempre e que mesmo depois dela permanecerão conosco. É tão rico compartilhar a jornada com elas que nos surpreende lembrar de que houve um tempo em que ainda não sabíamos que existiam. É até possível que tenhamos sentido saudade mesmo antes de conhecê-las. O que sentimos vibra além dos papéis, das afinidades, da roupa de gente que usam. Transcende a forma. Remete à essência. Toca o que a gente não vê. O que não passa. O que é (...) Com elas, o coração da gente descansa. Nós nos sentimos em casa, descalços, vestidos de nós mesmos. O afeto flui com facilidade rara. Somos aceitos, amados, bem-vindos, quando o tempo é de sol e quando o tempo é de chuva. Na expressão das nossas virtudes e na revelação das nossas limitações. Com elas, experimentamos mais nitidamente a dádiva da troca nesse longo caminho de aprendizado do amor."



(Ana Jácomo)

"Coisa rara e bonita é a gente poder se comunicar por meio da alma, sem que palavra alguma necessariamente aconteça."


(Ana Jácomo)

"(...) e me dá uma saudade irracional de você. Uma vontade de chegar perto, de só chegar perto, te olhar sem dizer nada, talvez recitar livros, quem sabe só olhar estrelas... dizer que te considero - pode ser por mais um mês, por mais um ano, ou quem sabe por uma vida - e que hoje, só por hoje ou a partir de hoje (de ontem, de sempre e de nunca), é sincero."



(Caio Fernando Abreu)

A gente, às vezes, se afoba e se abafa desnecessariamente. Os mais lindos bordados da vida são feitos com os fios de delicadeza que respeitam a sabedoria amorosa do tempo do coração.


(Ana Jácomo)

segunda-feira, 8 de novembro de 2010


"A vida das gentes neste mundo, Senhor Sabugo, é isso. Um rosário de piscadas. Cada pisco é um dia.

Pisca e mama.
Pisca e brinca.
Pisca e ama.
Pisca e cria filhos.
Pisca e geme reumatismos.

Por fim, pisca pela última vez e morre.

- E depois que morre? - perguntou o Visconde.

- Depois que morre vira hipótese. É ou não é?"



(Monteiro Lobato, Memórias de Emília)

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Eu acredito que tudo acontece por um motivo. As pessoas mudam para que você consiga deixá-las para lá. As coisas dão mal para você aprender a aprecia-las quando estão boas. E às vezes, coisas boas se separam para que coisas melhores ainda se juntem.


(Marilyn Monroe)

domingo, 7 de novembro de 2010


Você cresceu em mim de um jeito completamente insuspeitado, assim como se você fosse apenas uma semente e eu plantasse você esperando ver uma plantinha qualquer, pequena, rala, uma avenca, talvez samambaia, no máximo uma roseira; é, não estou sendo agressiva não, esperava de você apenas coisas assim, avenca, samambaia, roseira, mas nunca, em nenhum momento essa coisa enorme que me obrigou a abrir todas as janelas, e depois as portas, e pouco a pouco derrubar todas as paredes e arrancar o telhado para que você crescesse livremente.
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(autor desconhecido)

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

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"A vida às vezes da uns dias de segundos cinzas e o tempo tic taca devagar, põe o teu melhor vestido, brilha teu sorriso, vem pra cá, vem pra cá. Se a vida muitas vezes só chuvisca, só garoa e tudo não parece funcionar, deixe esse problema à toa, pra ficar na boa, vem pra cá. Do lado de cá, a vista é bonita a maré é boa de provar. Do lado de cá, eu vivo tranquila e o meu corpo dança sem parar, do lado de cá, tem música, amigos e alguém para amar. A vida é agora, vê se não demora ..."


(Do lado de cá - Chimarruts)

TRECHOS DO "SOBRE ALICE"

"Quando sou abordado por jovens em busca de sabedoria sobre o que fazer para encontrar alguem com quem tenham boas chances de viver um casamento duradouro e feliz, a única estratégia que possso extrair de minhas experiências em busca de uma esposa é: CIRCULEM PELAS FESTAS CERTAS." - Family Man

conitinua...
Vou editando de acordo com o que estou "relendo" - o livro é tão gostoso que sou obrigada a ler novamente.

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Singular


Já ancorado na Antártida, ouvi ruídos que pareciam de fritura. Pensei: 'será que até aqui existem chineses fritando pastéis?' Eram cristais de água doce congelada, que faziam aquele som quando entravam em contato com a água salgada. O efeito visual era belíssimo. Pensei em fotografar, mas falei para mim mesmo: 'Calma, você terá muito tempo para isso...'. Nos 367 dias que se seguiram, o fenômeno não se repetiu. Algumas oportunidades são únicas.

(Amyr Klink)

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Voa um par de andorinhas, fazendo verão. E vem uma vontade de rasgar velhas cartas, velhos poemas, velhas contas recebidas. Vontade de mudar de camisa, por fora e por dentro.VONTADE. Para que esse pudor de certas palavras? Vontade de AMAR, simplesmente.


(Mario Quintana)

Sei que a vida...


é um texto corrido, e eu tomo conta da pontuação. Coloco vírgulas onde acho que devo ir mais devagar ou deixo as palavras correrem livres para torná-lo intenso, para que me falte ar. Acrescento parágrafos em momentos de recomeço e se for necessário busco até um ponto final. Se há erros na ortografia, descompasso de assuntos, não importa tanto, uma hora ou outra, depois de muitas revisões e treino, essa escrita toda fará algum sentido.


(autor desconhecido)

Durante a Era Glacial, muitos animais morriam por causa do frio. Os porcos-espinhos, percebendo esta situação, resolveram se juntar em grupos, assim se agasalhavam e se protegiam mutuamente. Mas os espinhos de cada um feriam os companheiros mais próximos, justamente os que forneciam calor. E, por isso, tornavam a se afastar uns dos outros. Voltaram a morrer congelados e precisavam fazer uma escolha: Desapareceriam da face da Terra ou aceitavam os espinhos do semelhante. Com sabedoria, decidiram voltar e ficar juntos. Aprenderam assim a conviver com as pequenas feridas que uma relação muito próxima podia causar, já que o mais importante era o calor do outro. O melhor relacionamento não é aquele que une pessoas perfeitas, mas aquele onde cada um aceita os defeitos do outro e consegue perdão pelos próprios defeitos.


(autor desconhecido)

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ETERNO é tudo aquilo que dura uma fração de segundo, mas com tamanha intensidade, que se petrifica, e nenhuma força jamais o resgata.


(Carlos Drummond de Andrade)

Aprendi que quando duas pessoas estão discutindo, não quer dizer que se odeiam. Que duas pessoas felizes, não quer dizer que se amam. Que o mundo dá voltas e a vida é uma seqüência de desafios. Que algumas feridas saram, outras não. Que quem vive do passado é museu. Que quem vive o futuro, não vive, sonha. Que com a pessoa certa uma vida é pouco tempo. Que com a pessoa errada um minuto é muito. Que mesmo acompanhado ainda posso estar só. Que caráter vem do berço, não se compra. Que amor não se exige, se dá. Que meus amigos eventualmente vão me machucar, são humanos. Que um ato pode mudar toda uma vida, mas que nem toda uma vida pode mudar alguns dos nossos atos.

(autor desconhecido)

*Meio arrependida, sei lá.

terça-feira, 2 de novembro de 2010


Há apenas quatro questões na vida. O que é sagrado? De que é feita a alma? O que vale a pena ser vivido e qual é o motivo pelo qual vale a pena morrer? A resposta é a mesma para todas: apenas o amor.


(Don Juan)